Pertencente ao distrito de Vila Real, o concelho de Mondim de Basto prima por características únicas, resultantes das influências minhotas e transmontanas.
Fernando Pinto de Moura é há 24 anos presidente da Câmara Municipal de Mondim de Basto e conhece como ninguém as necessidades e preocupações da população que representa.
"O nosso concelho faz fronteira com o Minho e Trás-os-Montes, pelo que podemos identificá-lo com ambas as regiões. Por um lado, beneficiamos de uma zona ribeirinha ao Tâmega que é tipicamente minhota, onde podemos observar um aglomerado disperso da população. Na zona alta da montanha encontramos os aldeamentos especificamente transmontanos, pequenos e juntos. A própria agricultura é dissemelhante e, por isso, dentro destas características, situamo-nos no Centro Norte do País", relata o presidente.
O turismo é uma das alternativas de que a região dispõe para combater a desertificação que afecta, essencialmente, o Interior do País. A beleza torna-se evidente à medida que percorremos os caminhos que nos indicam Mondim de Basto.
O verde dos montes combina na perfeição com a serenidade que tipifica um povo de semblante afável e que ao mesmo tempo exige a elevação da vila e freguesias contíguas a algo maior e mais digno. "Praticamente metade da nossa população de dez mil habitantes reside na vila. As aldeias começam a desertificar-se pelo pouco investimento que se efectua por estas paragens", realçou o autarca.
Para o desenvolvimento da vertente turística na região, prevê-se a criação de uma unidade hoteleira de quatro estrelas. "No entanto, isto não é suficiente, o turismo será a única hipótese de nos impulsionarmos e contrariarmos o processo de desertificação. É necessário realizarem-se investimentos nesse sentido".
Dentro do que é humanamente possível, a Câmara Municipal luta por trazer à terra algum progresso. Os investimentos ao nível da aplicação de infraestruturas serão uma realidade para o presente ano.
O saneamento básico e o abastecimento de água serão projectos que, durante o actual mandato, representarão seguranças para a população de Mondim de Basto: "No momento, só a sede de concelho é que dispõe de saneamento básico, pelo que este se impõe como uma urgência para nós. Entrámos já em conversações com as Águas do Ave para completar a rede".
Outras obras existem para implementar e que se constituem como a remodelação do edifício dos paços do concelho, assim como toda a zona envolvente exterior.
As várias infraestruturas que servem já o concelho estão aptas para continuar a funcionar e, também, para evoluir. "Na educação possuímos bons recursos físicos, inclusive, a Escola EB 2,3/S foi renovada há três anos. O edifício do centro de saúde, já construído durante a minha presidência, tem boas condições, o único problema é que os médicos têm dificuldade em fixar-se. Temos médicos competentes, mas infelizmente são poucos", realçou.
A cultura é outra área que não passa ao lado da Câmara Municipal de Mondim de Basto, que tem vindo a apoiar diversas iniciativas de apreciável valor: "Possuímos uma óptima casa da cultura onde funciona a escola de música, uma associação que coloca em prática diversas actividades, como a pintura e a dança. Temos ainda o espaço Internet e outras colectividades".
Talvez o maior obstáculo que permanece na terra seja o facto de as acessibilidades serem fracas e deficientes, pelo que o presidente refere, "temos um concelho onde só existe uma estrada nacional que nos liga a Vila Real, todas as outras são municipais. No entanto, temos já a indicação e um projecto já feito da continuidade da variante do Tâmega que liga Celorico de Basto a Amarante. Com a ligação a Mondim de Basto ficaremos mais bem servidos em termos de acessibilidades".
Fernando Pinto de Moura aponta a ingenuidade como o factor decisivo para ter enveredado pelo caminho autárquico, mas o seu amor pela terra que o viu nascer, levou a que alterasse em muito as condições e o modo de vida desta população.
Apesar de muitos anos terem passado e de as dificuldades serem também bastantes, a luta é a palavra de ordem num concelho que se quer melhor aproveitado e dignificado.
Sendo esta uma publicação com distribuição nacional, não posso de forma alguma discordar com o seu conteúdo. Em causa está a imagem e promoção do nosso concelho. E essa tem que ser obrigatóriamente positiva.
Se analisado domésticamente, aí o caso muda de figura. Quando lemos o diagnóstico traçado pelo nosso presidente, ficamos sempre com a impressão que este é o seu primeiro mandato. Aponta a falta de investimento nas aldeias como factor de desertificação, situação que, até dá titulo da entrevista. Será que só agora passou a prioridade? Mas passou mesmo? Se passou é caso para dizer que se trata de um mal menor, mais vale tarde que nunca. Congratulo essa recente tomada de consciência. De concreto ficamos a saber que essa nova prioridade se materializa em dois investimentos, sem margem para dúvidas importantissimos. Abastecimento de água e sanemento. Sobra o abastecimento de água se atendermos que o sanemento passará a ser coisa de privados. Venha ele!
Solução para a desertificação... o Turismo. Sem dúvida! É necessário investimento. Correcto! Mas quais? Esperemos para ver o trabalho do novo pelouro do Turismo! Facto importante também. Aconselho a rever algumas das propostas apresentadas há um ano no fórum da Feira da Terra com o tema: "
A Afirmação de Mondim de Basto na área do Turismo"
Por fim destaque para o que é dito sobre a Casa da Cultura e para aquela que parece ser uma batalha finalmente assumida, a dos acessos.