segunda-feira, março 15, 2010

As saudades de um Rio!

Estive presente, na apresentação do livro "Corre-me um Rio no Peito", de Luís Jales de Oliveira. Foi uma noite de recordações e de saudade de um Rio. Para a posteridade ...

(os vídeos não têm grande qualidade, mas fica o registo)



1 comentário:

Anónimo disse...

Os meus sinceros parabéns por essa noite tão intima e universal com que nos presenteou.
Mondim é um poema e isso todos nós sabemos. Retratá-lo com a simplicidade, o carinho e a paixão com que o Ginho nos habitou faz de si a excepção. Aceite, em jeito de agradecimento, deste seu admirador esta bela peça de Fernando Pessoa (Alberto Caeiro) que acredito ter sida escrita de propósito para si.



O Tejo é mais belo que o rio que corre pela minha aldeia,
Mas o Tejo não é mais belo que o rio que corre pela minha aldeia
Porque o Tejo não é o rio que corre pela minha aldeia.

O Tejo tem grandes navios
E navega nele ainda,
Para aqueles que vêem em tudo o que lá não está,
A memória das naus.
O Tejo desce de Espanha
E o Tejo entra no mar em Portugal.
Toda a gente sabe isso.
Mas poucos sabem qual é o rio da minha aldeia
E para onde ele vai
E donde ele vem.
E por isso porque pertence a menos gente,
É mais livre e maior o rio da minha aldeia.


Pelo Tejo vai-se para o Mundo.
Para além do Tejo há a América
E a fortuna daqueles que a encontram.
Ninguém nunca pensou no que há para além
Do rio da minha aldeia.


O rio da minha aldeia não faz pensar em nada.
Quem está ao pé dele está só ao pé dele.



Luis Romano
Alfacinha de gema
Mondinense por opção