É comum os Partidos Políticos lançarem campanhas políticas, desculpem a redundância. Mas parece que a moda para os jovens sociais democratas é lançar campanhas de solidariedade.
Do congresso nacional, pouca política saiu, o destaque foi todo para as acções de solidariedade.
O objectivo nobre das campanhas de solidariedade, obriga a que este assunto seja tratado com o maior dos cuidados. E é aí, nessa fragilidade que a JSD aposta. É difícil a qualquer entidade manifestar-se. Facilmente se confunde a crítica à Juventude Partidária como uma crítica à Campanha de Solidariedade.
A JSD decide enveredar por este caminho, justificam a sua opção com a necessidade de encontrar formas distintas de motivar os jovens para a actividade político-partidária. Contra senso, digo eu!! Os partidos políticos não são associações. Motivar jovens para a actividade política com actividades de cariz associativo é "enganar meninos". O caso piora, quando se "mistura" acção social, que deve ser mantida a todo custo longe da actividade política. A posição do "Banco Alimentar" perante a oferta da JSD de duas toneladas de alimentos não deixa dúvidas quanto isso.
Assumindo o risco, entendo ser criticável esta atitude da JSD. São competências das juventudes políticas, lutar para que os diferentes órgãos executivos onde estão representados, criem condições para o trabalho das associações. Não as deve tentar substituir, correndo o risco de ser julgado pelas suas intenções, o que é de todo compreensível.
terça-feira, dezembro 09, 2008
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5 comentários:
As juventudes partidárias, não estão vocacionadas para este tipo de iniciativas. Esta inicitiva é claramente um gesto descarado de oportunismo... Alías, neste como em outros aspectos, a JSD "segue os passos" do executivo PSD da câmara, particularmente do Vereador Ribeiro, que só agora, depois de 11 anos na autarquia, é que descobriu que é preciso trabalhar para ganhar eleições. Só que o faz da pior maneira, típico dos políticos completamente dependentes da política, sem lucidez para distinguir entre trabalho em benefício das populações, e o mais descarados gestos de "puro oportunismo". Provavelmente os Mondinenses, estarão atentos e nas próximas eleições irão mudar de cor.
Caro Paulo,
Começo por agradecer a divulgação da campanha e a forma construtiva como a destacas. Numa época em que escasseia a capacidade de iniciativa, são exemplos como este que “sacodem” a inércia e potenciam a sua organização.
Defendo que os jovens não estão afastados da política, mas sim a política dos jovens. A forma de fazer política actualmente não pode ser feita como à vinte anos atrás. Os jovens constituem a faixa etária mais interventiva da sociedade, movem-se é essencialmente por causas.
No último Congresso da JSD, realizado no final do mês passado, a questão social foi efectivamente uma aposta ganha. Recolhemos duas toneladas de comida, recusadas pelo banco alimentar, não se sabe bem porquê, no entanto após a sua recusa “choveram” chamadas de instituições, que alheias às “politiquices” de uns se concentraram nas suas reais necessidades. Dou-te o exemplo do Centro Social Paroquial de N.ª Sr.ª da Vitória, Associação Nacional de Ajuda aos Pobres, Liga Nacional de Esperança Renascer, Associação Lágrima Humana, Abraço – Porto, Cruz Vermelha – Bragança, Coração da Cidade, Cruz Vermelha – Trofa, Centro Social de Bairro, entre outros. O número e o tipo de organizações que aderiram, representam bem a importância da iniciativa.
Ainda no âmbito social, obtivemos a recolha de mais de mil dadores de Medula Óssea, em que a sociedade civil se juntou à iniciativa numa manifesta vontade de ajudar.
Estas iniciativas constituem também uma forma de estar que defendemos. Os partidos políticos não se podem fecharem em seu redor, é crucial que exista uma abertura à sociedade.
Poderia agora falar-te da discussão política realizada, ou das moções apresentadas, mas não creio ser o ponto essencial desta discussão. Poderá ser noutra oportunidade.
Falemos então da iniciativa levada a cabo pela JSD de Mondim de Basto. Começo por esclarecer que vou apreciar o teu comentário como pessoal, e não como presidente da JS local.
Não sendo este o local ideal para discutir a agenda ou a forma de estar de uma estrutura, interessa-me acima de tudo identificar os resultados práticos de iniciativas como esta. E no que diz respeito a resultados práticos, é bom referir dois pontos essenciais: em primeiro lugar esta iniciativa nunca teria sido repetida, se a edição do ano anterior não tivesse sido um sucesso e com resultados práticos, em segundo a manifesta participação da sociedade na edição deste ano.
A abstenção e a indiferença são inimigas da sociedade. A política de “bancada” não produz efeitos práticos.
Quando se trata de ajudar o próximo, não creio que toda a ajuda canalizada seja em demasia. Reporto portanto qualquer tipo de acusação de substituição de funções.
Pensar que a solidariedade deve ser feita só por alguns sectores da sociedade, creio ser um pensamento retrógrado e digno dos Velhos do Restelo.
A política local exige medidas de proximidade e com resultados práticos. Na minha opinião, o trabalho social não vem substituir nem camuflar o trabalho político. Que fique claro que não se pode utilizar a solidariedade em prol da política, mas sim utilizar a política nas questões sociais.
Não podemos ser solidários só quando estamos a ser filmados pela SIC ou quando estamos numa sessão fotográfica para o jornal. A solidariedade deve fazer parte das nossas preocupações primárias.
Bruno Ferreira
Presidente JSD Mondim de Basto
Não posso deixar de iniciar esta minha intervenção agradecendo a tua participação no blog.
Agradeço também o facto de apreciares o meu comentário tal como o assinei. O cargo que ocupo tende a ser influenciado pela minhas opções. Sei bem que diversas estruturas locais com a mesma "marca" realizam iniciativas de cariz semelhante. Merecem da minha parte a mesma posição.
Tive o cuidado de assumir o risco com a publicação desta minha opinião. Alertei também para o facto de facilmente, ou convenientemente, se apresentarem os resultados em defesa da iniciativa. Dúvidas houvesse, cá está a confirmação. Em defesa apresentas os resultados de uma digna campanha de solidariedade. E continuas, sustentando a tua defesa em ideias "feitas", como se, em algum momento, as tivesse colocado em causa no meu comentário. E relembro algumas: os jovens movem-se por causas; a ajuda nunca é demais; a indiferença e abstenção são inimigas da sociedade ou a evolução na forma de fazer política. Nada disto é colocado em causa, e permite-me, nada disto se reflecte na iniciativa.
Talvez convenientemente, esqueceste de comentar a questão essencial: Competências.
São competências de uma juventude partidária, modo lato, contribuir para a gestão dos recursos públicos. Basta portanto agir de acordo com as suas competências para melhor defender, o que assumes, e bem, como sendo uma das preocupações primárias. Mas estando inclusive, a JSD numa situação privilegiada, desconhece-se qualquer posição ou contributo, que poderia ser muito mais eficiente, num concelho, onde vocês mesmo assumem a diferença que fará um simples brinquedo. Talvez se o fizessem, tornassem a política de "bancada" mais consequente e produtiva. Seria no entanto uma atitude menos exposta, mas como tu mesmo dizes, não podemos ser solidários só quando estamos a ser filmados pela SIC (ou expostos de outra forma mediática).
Mérito seja dado aos resultados de uma campanha solidária como a vossa. Parabéns! Nunca me cansarei de repetir.
Mas porque recorre uma juventude partidária a competências de uma associação, para defender um princípio, onde poderia ser mais eficiente resumido-se ao cumprimento das suas competências?
Se o fizesse, com o mesmo espírito nobre, em defesa das causas, talvez os jovens sentissem a política mais próxima. Ficariam talvez mais motivados, contrariando a indiferença e abstenção. A participação política seria enriquecida, levando a uma natural evolução assente numa real representatividade. O resultado, seria uma melhor gestão dos recursos públicos, com a consequente melhoria das condições de vida das populações.
Em suma, no cumprimento das competências subjacentes à vossa identidade, podem no imediato ser mais consequentes e solidários, e a longo prazo, contribuir para a credibilização da política como espaço de defesa de causas por excelencia.
Nota: Sendo este um assunto de elevada importância, gostaria de te manifestar, que dispenso bem a ironia. Não era minha intenção promover a iniciativa, somente emitir a minha opinião e gerar a discussão.
Não podemos fazer solidariedade quando estamos a ser filmados pela SIC.. diz o Presidente da JSD... Então como justifica os cartazes espalhados pelo Concelho com o símbolo da JSD.Esta divulgação é inocente? A JSD faz esta campanha só para ajudar os meninos... Não sei porque razão os Mondinenses nãoa creditam nisto... Já alguma vez a JSD se preocupou com o mau estado das escolas primárias. E a Rede Social do município porque não funciona? E com os alunos de Pardelhas que demoram 2 horas a chegar á EB2,3....
Já repararam que o logotipo da campanha é semalhante ao da autarquia?
Aleluia aleluia acordaram as juventudes de Mondim . Pena é só acordarem de 4 em 4 anos, quando os problemas de Mondim são constantes. Deixem -se ao menos de quezilias partidárias e discutam assuntos de interesse para o concelho. Falem em como resolver o problema do ensino, o problema das acessibilidades, o problema as pedreiras, o problema da demolição do monte da Srª da Graça, o problema de ...... tanta problemas para discutir em harmonia para o bem de Mondim. Um abraço de um cocuana ( idoso ).
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