Para não fugir muito ao tema do momento aqui na "casa", decidi pegar nas palavras de um nosso conterrâneo para lançar uma outra discussão.
O artigo intitula-se "Que modalidade desportiva, desejamos para os nossos filhos?", é da autoria do Sr. Teixeira da Silva, e vem publicado no "Jornal de Mondim" de Outubro de 2005.
Depois de uma introdução sobre o "desporto rei", e os comportamentos pouco éticos com que nos deparamos todos os dias que nos deslocamos aos estádios, o autor entra na questão principal:
"No desporto, para além do futebol, existem modalidades extraordinárias, que podem e devem ser acarinhadas e que constituem um manancial enorme do que pode ser o desporto para os jovens e para os adultos.
Com a inauguração alguns anos atrás do "Pavilhão Gimnodesportivo", mandado construir pelo Município, cresceu a esperança de que outras modalidades para alem do futebol, iriam finalmente nascer no espírito dos Mondinenses. Puro engano. Quando não existiam as instalações para a prática e o exercício das modalidades chamadas amadoras, exortava-se a Câmara Municipal para que fossem criadas melhores condições para o desenvolvimento do desporto regional e um melhor aproveitamento das camadas mais jovens da sociedade Mondinense. A Câmara Municipal, ouviu a solicitação, compreendeu-a e concretizou o sonho; o povo não compreendeu o sacrifício e o "Pavilhão Gimnodesportivo", tem sido muito pouco utilizado, o que quer dizer, que o esforço municipal foi infrutífero.
Este amplo espaço desportivo, moderno e acolhedor; contempla a possibilidade de ali se praticarem as mais diversas modalidades. Após a sua inauguração, realizaram-se torneios de Andebol Distrital, provas de Judo, - com a prestimosa colaboração da Secção de Judocas do F. C. do Porto, - Futebol de Salão, Ténis de Mesa, Futebol Feminino, etc.; mas, tudo acabou. Já não existe o entusiasmo, nem o espírito de participação. Hoje, é a Escola "EB/2 e 3/Secundaria" de Mondim, que faz ali as suas aulas de educação física e pouco mais, sobrando o restante tempo de ocupação para o entretenimento de alguns grupos, na sua grande maioria de fora do concelho, que alugam o espaço à Câmara Municipal, para ali irem dar alguns chutos na bola.
Que modalidade desportiva, desejamos para os nossos filhos? É a pergunta em que temos alguma dificuldade em responder. Mondim, tem todas as condições para o exercício desportivo, seja em que modalidade for.
Tem um bom Estádio, que embora propriedade do Município, está cedido ao Mondinense, por um período de cinquenta anos, cujo protocolo, - se não for renovado - termina no ano de 2034; um Pavilhão Gimnodesportivo; vários recintos polivalentes ao ar livre, onde se podem também praticar todo o tipo de desportos; uma Piscina Pública, na Zona Verde, integrada numa zona de lazer, que é a verdadeira jóia do Município.
Então o que e que falta?
Ainda faz falta alguma coisa. Senão vejamos:
Criatividade, colaboração, disponibilidade, incentivos populares, apoios familiares e fundamentalmente gosto pelo desporto, onde se encontram?
Há que destacar aqui, o único instrumento activo que tem sobressaído em prol da juventude, com a criação de "Escolinhas de Futebol", pela mão do Prof. Domingos Duarte, cujo êxito é uma realidade.
Mondinenses não gastem o tempo com lamúrias, que não levam a nada.
Sigam em frente."
É difícil não concordar com o artigo quanto á falta de iniciativas desportivas no nosso concelho, logo, o mesmo se aplica á dinamização dos espaços desportivos.
A dada altura do artigo, fico com a sensação, que autor aborda a atitude da Câmara em relação ao Pavilhão, como se, a parte da Autarquia estivesse cumprida.
Não é tanto a opinião do autor que interessa aqui discutir, mas sim a responsabilidade da Autarquia na dinamização dos diversos espaços por ela construídos.
Deve a Câmara Municipal ser o grande responsável pela sua dinamização?
Ou a sua missão termina na altura em que se concluí a obra?
sexta-feira, dezembro 02, 2005
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3 comentários:
Caro Dias Verdes,
a escola de ténis do Alegre, tal como a escolinha de futebol, não funcionam com qualquer tipo de apoio da autarquia, mas sim porque são geridas como empresas. Utilizador/Pagador.
O voleibol que se jogava, há anos, acabou porque não houve quem soubesse gerir os conflitos entre futebol, voleibol e, imagine-se, andebol.
O tal acompanhamento, referido pelo Dias Verdes como um ponto menor, faz toda a diferença. Sem esse acompanhamento, permite-se que uma associação com mais de 50 alunos cesse funções por não ter condições para manter os níveis de motivação dos atletas. As associações são todas tratadas por igual. Não interessa se trabalham para o bem do nosso concelho ou não. É tudo igual. E não conheço nenhuma associação que consiga sobreviver a este tipo de atitude. Acabam sempre por funcionar, com meia dúzia de atletas que decidem continuar a praticar determinado desporto suportando as suas despesas. Nada de mal. Mas ficam sem condições para poder assumir uma missão de formação e ocupação de tempos livres que tanta falta fazem a Mondim.
Não considero, desporto por decreto, iniciativas como as que são promovidas pelas diversas autarquias do nosso país. Basta olhar para a imprensa local, para ver anúncios a iniciativas desportivas, promovidas pela Autarquia de Celorico, com tudo grátis para as crianças. Um investimento mísero com resultados excelentes. E muito importante, acessível a todas as crianças.
Ao Pedra Alta.
Não entendi a sua posição acerca dos desportos motorizados e ciclismo. Se for possivel pedia-lhe que esclarecesse se concorda ou não com o apoio à passagem da volta a portugal em bicicleta por Mondim. Isto é, se quiz dizer ou não que o Municipio deve substituir o apoio a esta iniciativa por outras ao nivel do futebol; basket etc.
Politica é isto mesmo. Não consigo conceber que uma autarquia possa fazer o seu trabalho sem definir a sua politíca relativamente a um ponto tão importante como a uma àrea dest importância e que está directamente ligada ao desporto, juventude e também acção social. O desporto não é apenas o espectáculo desportivo. Na minha opinião, mais iumportante que isso é proporcionar aos seus habitantes, nomeadamente os mais jovens possibilidade de valorizar o seu potencial desportivo independentemente da modalidade.
Não consigo conceber que uma estratégia politíca seja tomada numa lógica de pagar para ver, situação que se verifica actualmente com uma grande fatia do orçamento destinada ao Mondinense que nem sequer assegura a formação de jovens dentro da sdua àrea de intervenção - O futebol.
Custa-me a entender que benefícios reais possam resultar para a população desta aposta em manter o Mondinense na terceira divisão deixando para trás todo o trabalho de formação.
Não ter formação hoje implica uma hipoteca do futuro tanato ao nível da proximidade entre cidadãos e o clube como também no plano financeiro uma vez prevalecerá a necessidade de continuara a contratar jogadores vindos de fora com todos os encargos financeiros que daí resultam. Os clubes de futebol têm um importante papel social e só por aí se justificam os valores muita vezes absurdos que "sugam" aos orçamentos camarários.
Da mesma maneira não compreendo, nem aceito que a politíca de uma autarquia esteja limitada à cosntrucção de equipamentos desportivos. Deve ir muito além disso. A dinamização dos espaços cosntruídos e a interacção com as forças vivas do concelho deve ser dinâmica e permanente. Deixar caír, por falta de apoio, iniciativas lideradas por particulares (seja por vontade de prestar serviço público ou para atingir o lucro)é uma irresponsabilidade e signufica deitar fora uma oportunidade. Nos dias de hoje desprezar a iniciativa da sociedade civil é um crime por ela ser tão rara. A atitude da autarquia relatada pelo Senhorio é no meu entender vergonhosa e entendido-a também como medo de perder o protagonismo.
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