terça-feira, março 28, 2006

"O Poder Local: Um Tabu"

Hoje quero partilhar convosco uma parte de um texto do Vasco Pulido Valente no Jornal "O Público" de 12 de Março de 2006, que me fez reflectir. Quero pensar que não é isto que se passa no nosso Concelho!

"... Depois do "25 de Abril", o poder local, ressuscitado e livre, gozou durante anos de grande prestígio. Mais recentemente começaram a aparecer dúvidas. Por aqui e por ali, voltaram as velhas taras do passado: os caciques, claro, os negócios de favor, o tráfego de influência, o dinheiro mal gasto e, como de costume, as dívidas. Pior ainda, há Câmaras que são maior empregador do concelho e que exercem uma verdadeira tirania sobre uma população inerme e dependente. Até agora nunca nenhum governo mandou fazer um estudo sério sobre a situação e os partidos, por medo do "aparelho" também não querem agitar a coisa. Excluindo as façanhas de uma ou outra personagem particularmente conspícua, o poder local vive numa irresponsabilidade quase absoluta.
Que a esquerda ande consolada com isto não admira. Que a direita não diga uma palavra, não se compreende. Sobretudo, quando à esquerda a "regionalização" é outra vez proposta, como um infalível remédio para o atraso português, a direita devia normalmente responder que o Estado central está em melhor posição, técnica e política, para definir e sustentar uma reorganização do país. Mas não abre a boca. E, protegido pela unanimidade do regime, o poder local que existe e o que provavelmente virá a existir com a nova "regionalização", não tardará a ser o maior obstáculo a qualquer espécie de mudança racional e útil"


Quero só deixar um pequeno aparte - "não usei os recursos da "Casa do Eiró" para publicar este texto"!

6 comentários:

Anónimo disse...

acusar a esquerda de compactuar com a seguinte situação, e ficar admirado que a direita não levante qualquer quetão, é uma falta de conhecimento da realidade. Senão vejamos o caso de trás os montes???? quantas Câmaras de direita??? A conta é fácil de fazer... a direita domina o panorama regional.!!!!! Por esta razão convêm não generalizar este gênero de acusação.
Quantos de nós já não ouvimos dizer " não possso fazer isto ou dizer aquilo, pois tenho um familiar a trabalhar na autarquia."
Se atendermos à história concluimos que a esquerda sempre foi a opcção de mudança.
Dia 25 de Abril existe
a esquerda portuguesa está à alerta.
Uma coisa é verdade com o 25 de Abril não só abulimos uma ditadura como criamos outra. A DITADURA CAMUFLADA POR ESTA FALSA DEMOCRACIA EM QUE VIVEMOS...

AtoMo disse...

Parece-me um texto que reflete uma verdade: o facto de o poder local viver numa irresponsabilidade, dito de uma forma facciosa a partir do momento que pretende dividir a esquerda e a direita, atribuindo responsabilidades a uma delas.

Anónimo disse...

Concordo com o comentário anterior, já o comentário do anonimo das 0,13h, gostava que me explica-se qual a diferença de esquerda e direita (em politica claro), pois não é pelo facto de um presidente de câmara ser eleito pelo PS, que o torna de esquerda e o mesmo se passa nos eleitos do PSD, para se ser de esquerda é necessário praticar politicas de esquerda e vice versa, senão vejamos o actual governo do PS deveria ser de esquerda, no entanto as suas politicas situam-se mais á direita que os anterores governos do PSD,não basta dizer que se é de esquerda ou direita é necessário por em prática essas mesmas politicas.

Anónimo disse...

Em teoria ser de esquerda é muitaa giro, mas a prática não ajuda nada!
Põem-se a jeito e ficam de "direita", é só vê-los subirem ao poleiro e neste País, só não os vê, quem não os quiser ver. São todos iguais.

Anónimo disse...

acho ke sim....uma auditoria...as camaras....e nao so...aos governates....e...k os funcionarios publicos passem a regime de exclusividade....pois para mim...é este o mal do nosso pais.....entre outros...como a segurança social..e a dependencia do estado k o povo tem....

Anónimo disse...

Este artigo revela claramente algumas das ideias que já tenho defendido quer em conversas com amigos quer em textos ou comentários feitos aqui e noutros locais.O que se verificou foi que logo após o 25 de Abril apareceram um conjunto de pessoas oportunistas com uma esperteza saloia muito apurada que tomou de assalto o poder autárquico em Portugal.
Tratam-se na maior parte dos casos de gente sem competência e sobretudo sem escrupulos e caracter. Se for feito um estudo exautivo dos autarcas no nosso país vamos chegar facilmente às seguintes conclusões:

- Em grande parte dos concelhos os actuais autarcas são ou têm fortes ligações com os que surgiram logo após o 25 de abril.

- Os autarcas deste país são na generalidade individuos que estão muito bem na vida.

- Exercem uma influência determinante em relação à oferta de emprego local.

- São responsáveis por obras que deveriam custar X e custam Y . (custam em média segundo um estudo recente mais 43% do que deveriam).

- São responsáveis por um endividamento astronómico e absurdo sem que se vejam em muitos casos onde foram investidos esses dinheiros.

- São individuos incompetentes ou então individuos que não fazem o que devem porque tem que pagar os favores a quem os apoiou.

- São pessoas que ameaçam e chantagiam os municipes com situações tipo olha o emprego do teu familiar, ou com o não levas as licenças, ou então cuidado com o emprego etc. etc.

EM RESUMO - É esta a triste realidade do poder autárquico em portugal, são estes senhores que gerem o nosso dinheiro, são estes senhores que procuram encaputar a realidade e exercerem uma pressão fortíssima sobre tudo e todos para poderem continuar a beneficiarem de chorudos ordenados sem fazerem rigorosamente nada.
Somos geridos por muitos políticos cobardes e em muitos casos corruptos que se estão nas tintas para a sua população.
Estas ideias foram claramente expressas pelo fiscalista Saldanha Sanches em entrevistas à comunicação social à menos de um ano, uma coisa é certa, alguém investigou?
Os políticos não se investigam uns aos outros.

A DEMOCRACIA EM PORTUGAL NÃO EXISTE É FACCIOSA.

NOTA - Antes de terminar quero aqui dizer que há honrosas excepções, a essas fica aqui a minha palavra de apreço e sobretudo coragem.