"... Depois do "25 de Abril", o poder local, ressuscitado e livre, gozou durante anos de grande prestígio. Mais recentemente começaram a aparecer dúvidas. Por aqui e por ali, voltaram as velhas taras do passado: os caciques, claro, os negócios de favor, o tráfego de influência, o dinheiro mal gasto e, como de costume, as dívidas. Pior ainda, há Câmaras que são maior empregador do concelho e que exercem uma verdadeira tirania sobre uma população inerme e dependente. Até agora nunca nenhum governo mandou fazer um estudo sério sobre a situação e os partidos, por medo do "aparelho" também não querem agitar a coisa. Excluindo as façanhas de uma ou outra personagem particularmente conspícua, o poder local vive numa irresponsabilidade quase absoluta.
Que a esquerda ande consolada com isto não admira. Que a direita não diga uma palavra, não se compreende. Sobretudo, quando à esquerda a "regionalização" é outra vez proposta, como um infalível remédio para o atraso português, a direita devia normalmente responder que o Estado central está em melhor posição, técnica e política, para definir e sustentar uma reorganização do país. Mas não abre a boca. E, protegido pela unanimidade do regime, o poder local que existe e o que provavelmente virá a existir com a nova "regionalização", não tardará a ser o maior obstáculo a qualquer espécie de mudança racional e útil"
Quero só deixar um pequeno aparte - "não usei os recursos da "Casa do Eiró" para publicar este texto"!
6 comentários:
acusar a esquerda de compactuar com a seguinte situação, e ficar admirado que a direita não levante qualquer quetão, é uma falta de conhecimento da realidade. Senão vejamos o caso de trás os montes???? quantas Câmaras de direita??? A conta é fácil de fazer... a direita domina o panorama regional.!!!!! Por esta razão convêm não generalizar este gênero de acusação.
Quantos de nós já não ouvimos dizer " não possso fazer isto ou dizer aquilo, pois tenho um familiar a trabalhar na autarquia."
Se atendermos à história concluimos que a esquerda sempre foi a opcção de mudança.
Dia 25 de Abril existe
a esquerda portuguesa está à alerta.
Uma coisa é verdade com o 25 de Abril não só abulimos uma ditadura como criamos outra. A DITADURA CAMUFLADA POR ESTA FALSA DEMOCRACIA EM QUE VIVEMOS...
Parece-me um texto que reflete uma verdade: o facto de o poder local viver numa irresponsabilidade, dito de uma forma facciosa a partir do momento que pretende dividir a esquerda e a direita, atribuindo responsabilidades a uma delas.
Concordo com o comentário anterior, já o comentário do anonimo das 0,13h, gostava que me explica-se qual a diferença de esquerda e direita (em politica claro), pois não é pelo facto de um presidente de câmara ser eleito pelo PS, que o torna de esquerda e o mesmo se passa nos eleitos do PSD, para se ser de esquerda é necessário praticar politicas de esquerda e vice versa, senão vejamos o actual governo do PS deveria ser de esquerda, no entanto as suas politicas situam-se mais á direita que os anterores governos do PSD,não basta dizer que se é de esquerda ou direita é necessário por em prática essas mesmas politicas.
Em teoria ser de esquerda é muitaa giro, mas a prática não ajuda nada!
Põem-se a jeito e ficam de "direita", é só vê-los subirem ao poleiro e neste País, só não os vê, quem não os quiser ver. São todos iguais.
acho ke sim....uma auditoria...as camaras....e nao so...aos governates....e...k os funcionarios publicos passem a regime de exclusividade....pois para mim...é este o mal do nosso pais.....entre outros...como a segurança social..e a dependencia do estado k o povo tem....
Este artigo revela claramente algumas das ideias que já tenho defendido quer em conversas com amigos quer em textos ou comentários feitos aqui e noutros locais.O que se verificou foi que logo após o 25 de Abril apareceram um conjunto de pessoas oportunistas com uma esperteza saloia muito apurada que tomou de assalto o poder autárquico em Portugal.
Tratam-se na maior parte dos casos de gente sem competência e sobretudo sem escrupulos e caracter. Se for feito um estudo exautivo dos autarcas no nosso país vamos chegar facilmente às seguintes conclusões:
- Em grande parte dos concelhos os actuais autarcas são ou têm fortes ligações com os que surgiram logo após o 25 de abril.
- Os autarcas deste país são na generalidade individuos que estão muito bem na vida.
- Exercem uma influência determinante em relação à oferta de emprego local.
- São responsáveis por obras que deveriam custar X e custam Y . (custam em média segundo um estudo recente mais 43% do que deveriam).
- São responsáveis por um endividamento astronómico e absurdo sem que se vejam em muitos casos onde foram investidos esses dinheiros.
- São individuos incompetentes ou então individuos que não fazem o que devem porque tem que pagar os favores a quem os apoiou.
- São pessoas que ameaçam e chantagiam os municipes com situações tipo olha o emprego do teu familiar, ou com o não levas as licenças, ou então cuidado com o emprego etc. etc.
EM RESUMO - É esta a triste realidade do poder autárquico em portugal, são estes senhores que gerem o nosso dinheiro, são estes senhores que procuram encaputar a realidade e exercerem uma pressão fortíssima sobre tudo e todos para poderem continuar a beneficiarem de chorudos ordenados sem fazerem rigorosamente nada.
Somos geridos por muitos políticos cobardes e em muitos casos corruptos que se estão nas tintas para a sua população.
Estas ideias foram claramente expressas pelo fiscalista Saldanha Sanches em entrevistas à comunicação social à menos de um ano, uma coisa é certa, alguém investigou?
Os políticos não se investigam uns aos outros.
A DEMOCRACIA EM PORTUGAL NÃO EXISTE É FACCIOSA.
NOTA - Antes de terminar quero aqui dizer que há honrosas excepções, a essas fica aqui a minha palavra de apreço e sobretudo coragem.
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