terça-feira, julho 26, 2005

E tudo a "CÂMARA" Levou ...

Mais um artigo de um nosso visitante - O Malagueta - que estará ao vosso dispôr para comentários.

Uma das coisas que caracteriza uma região, além da sua arquitectura urbana,e paisagística, é a cultura local o espelho de um povo, devendo essa ser preservada pelas entidades competentes. Em Mondim, a autarquia não tem noção do "crime" que está a cometer a cada dia que passa, senão vejamos: Mondim tinha uma banda de música, um grupo deteatro, grupo de cavaquinhos, tocata de S. Tiago, grupo de palmo e meio e grupo de rock, e de repente só tem os Orangotang... E porquê? ... Desculpem mas a câmara, mais propriamente a vereação da cultura, tem responsabilidades em tudo isto. Mondim não tem uma estratégia cultural, e o desaparecimento de todas estas fontes culturais é o fruto disso mesmo. Mondim deveria ter um centro de artes, local onde todos os grupos teriam o seu espaço, onde se poderiam aperfeiçoar, e desta forma defender a identidade cultural Mondinense. A câmara tem a responsabilidade de estimular todos os grupos, financeiramente e fisicamente. Como é possível fazer umas festas do concelho, e deixar de fora a única banda rock do concelho??? Em Trás-os-Montes existem bandas de música centenárias, as quais são o orgulho das suas autarquias, e como tal são apoiadas ao ponto de ser a própria autarquia a promover a mesma banda tanto no país como no estrangeiro, apresentando dessa forma um produto genuíno da cultura local. MONDIM PRECISA DE UMA ESTRATÉGIA CULTURAL DE FUNDO, JÁ PENSARAM COMO SERIA FÁCIL ALIAR CULTURA E TURISMO???

4 comentários:

Anónimo disse...

Nunca fui apologista de que as câmaras fossem responsáveis pela criação e manutenção de associações, grupos culturais e outros coisas do género.

A única coisa que se deve exigir, é uma política clara, objectiva e de igualdade sobre a forma como são atribuídas as verbas.

Sou daqueles que concordam com UM apoio (não O apoio actual) à Escola de Música.
Mas já não é aceitável que outros grupos ou associações nada ou pouco recebam quando têm igualmente mérito reconhecido.

AtoMo disse...

Esse é o tal problema típico da autarquia. Dá trabalho?.. esquece! Pois é, mas o acompanhamento constante fiscalizando a execução dos planos de actividades para uma distribuição justa das verbas é um trabalho obrigatório. Só dessa forma é que as associações sentem o seu trabalho recompensado... ou não.Mas para o executivo autárquico é melhor dar o mesmo a todos, (ou qualquer coisa parecida). Pior do que isso é saber que têm consciência dessa necessidade e não são capazes de trabalhar nesse sentido. É com esta atitude que a câmara se torna a grande responsável pela falta de dinamismo e pelo desaparecimento das associações em Mondim de Basto.

Para compensar este erro gravíssimo, acredito que o surgimento de novas associações vai depender exclusivamente do empenho do executivo.

Anónimo disse...

Também não concordo que a Câmara crie associações mas, que haja um apoio financeiro e logístico, sim. Mas para isso, a Câmara deveria acompanhar de perto o plano de actividades apresentado das associações para certificar qual foi o seu cumprimento e reunir pelo menos uma vez por ano com os representantes de modo a serem colocadas todas as questões de ambas as partes. A partir dai faria-se uma análise mais correcta nas atribuições das verbas e não como tem sido a vários anos, chapa 5.

Anónimo disse...

Meu caro Malagueta,
De facto, podem-se apontar algumas críticas ao actual executivo relativamente às políticas culturais, mas não nos podemos esquecer que existem muitos mais grupos culturais pelo nosso Concelho. Reparei que quase só enunciou secções do Grupo Cultural e Recreativo (se calhar o mais apoiado!).
Neste momento, Mondim tem muitas mais Associações Culturais, alguns exemplos: Ranchos de Vilar de Viando e Vilarinho, Grupos de Bombos de Atei e Paradança, Grupo de Concertinas (penso que a cargo do Sr. Amélio), Tocata de Ermelo, Grupo de Cavaquinhos de Pedra Vedra e Tertúlia Mondinense...

Penso que neste momento, temos muitas Associações e o que falta é criar-lhes condições para que possam desenvolver as suas actividades e a sua própria organização de forma sustentada.

Como sabemos, grande parte destas Associações vivem da "carolice" dos seus dirigentes, e normalmente têm períodos de maior e menor actividade. Os períodos de menor actividade, arriscaria a dizer, que acontecem quando sai um dirigente com uma grande capacidade de trabalho e mobilização, que normalmente invoca razões de cansaço para a sua saída. Os períodos de maior actividade são exactamente o inverso. É claro que esta é uma leitura muito simples, mas que reflecte uma boa parte das situações.

Assim, penso que não se pode arriscar numa Política Cultural baseada apenas no trabalho das Associações, devido à sua instabilidade, o que pode provocar alguns dissabores, como seja o cancelamento de uma actividade porque a direcção da Associação não fez o trabalho que lhe estava confiado.

?Os municípios devem bater-se por uma política cultural clara e activa, promotora da Cidadania, duma Cultura de qualidade, diversificada nas abordagens e abrangente no que respeita aos públicos, dando espaço para que novos valores se mostrem. Se o nível cultural é normalmente baixo, não é sério nem responsável promover iniciativas que não o combatam e o mantenham.
A definição de uma utilização integrada de espaços culturais (e de lazer), como: bibliotecas, museus, arquivos, cinemas, teatros, auditórios, centros culturais, galerias de arte, postos de turismo, espaços internet, escolas, jardins públicos, cafés e bares devendo os espaços públicos ter horários (alargados) que promovam o acesso e não o dificultem.
Não faz sentido que os responsáveis autárquicos pelo sector da Cultura vivam de costas viradas para os agentes culturais, sendo o oposto também verdadeiro. Também não faz qualquer sentido que os vários agentes culturais vivam de mão estendida para o Poder.
No entanto, é verdade que o Poder central, regional e local, afectam verbas para as várias áreas da sua responsabilidade, sendo a Cultura uma delas e se apoiam outras áreas, por que não a Cultura, por isso, não sou contra os subsídios. Não se fique é por aí e que sem eles alguns nada façam!? in http://www.apagina.pt/arquivo/Artigo.asp?ID=3893 - Autárquicas: por uma política cultural

Ainda temos muito a fazer ...